Edoardo Giribaldi - Cidade do Vaticano
“Mesmo nas noites mais escuras, uma estrela brilha. É a estrela de Jesus, que vem para cuidar da nossa frágil humanidade. Vamos nos dirigir a Ele. Não permitamos que a apatia e a resignação tenham o poder de nos prender na tristeza de uma vida medíocre. #TempoDeNatal”
A "estrela de Jesus", luz nas fraquezas humanas e horizonte para o qual devemos "nos colocar em caminho" para não cairmos em uma existência "medíocre", presa à tristeza. O Papa reflete mais uma vez sobre o tempo do Natal por meio de uma mensagem publicada hoje, 7 de janeiro, em sua conta @Pontifex na rede social X, com a qual alcança milhões de fiéis em todo o mundo.
"Sonhemos, busquemos, adoremos"
Francisco retoma um trecho da homilia pronunciada para a solenidade da Epifania de 2022. Já naquela ocasião, o Santo Padre convidava a olhar adiante, seguindo "a estrela que Deus faz brilhar sobre nós". "Permaneçamos abertos às surpresas de Deus. Irmãos e irmãs, sonhemos, busquemos, adoremos", foram os três convites feitos pelo Papa à época, e que, na homilia desta última segunda-feira, 6 de janeiro, retomou, destacando as três características dessa guia, dessa estrela.
"Deus busca a todos, todos"
“É luminosa, é visível a todos e indica um caminho.” Essas são as três qualidades. Não um raio frio e artificial, "fruto de cálculos e jogos de poder", mas uma luz irradiada pelo astro que guiou os Magos, uma luz "que pode indicar a todos o caminho da salvação e da felicidade: o caminho do amor". Essa, assegurou o Papa, "é a única luz que nos fará felizes", que aponta um caminho aberto "a qualquer um que levante os olhos para o céu", pois, reafirmou Francisco, "Deus busca a todos, todos".
"Em caminho" para não cair na apatia
A estrela de Jesus brilha, ainda mais luminosa, "nas noites mais escuras". Essas noites são marcadas pela fragilidade, uma característica intrínseca à humanidade, que, no entanto, não deve "nos prender". O Papa utiliza este verbo para convidar a colocar-se "em caminho" e não cair na apatia. Sua intenção de oração de novembro de 2021 foi dedicada justamente a quem carrega uma fadiga, um verdadeiro "esgotamento espiritual", que pode ser enfrentado "simplesmente ouvindo em silêncio, porque não podemos chegar e dizer a uma pessoa: 'Não, a vida não é assim. Escute-me, vou te dar a receita.' Não há receita."
Paciência, em vez de resignação
À chaga da apatia, o Papa associa a da resignação. Um termo sobre o qual refletiu na meditação matinal na capela da Casa Santa Marta, em fevereiro de 2018, traçando um paralelo com o valor da paciência. "Aqueles que pensam que ter paciência significa aceitar derrotas na vida estão errados, e em vez de paciência, têm resignação", observou o Papa. Dizer "na loteria da vida me caiu isso e eu levo adiante", não é sinal de tolerância, mas, precisamente, de "resignação".
"Abertos às surpresas de Deus"
Um dualismo que Francisco também identificou durante a catequese da Audiência Geral de 7 de fevereiro de 2018. Existe – observou – uma tristeza "amiga", comparável àquela vivida pelo filho pródigo que, ao "chegar ao fundo do poço", reflete, "cai em si mesmo e decide voltar para casa". Mas também há uma melancolia que "envenena o coração", uma "doença da alma", ligada "à experiência da perda". "Quando isso acontece", acrescentou o Papa, "é como se o coração humano caísse em um abismo". Uma queda que pode levar ao consequente achatamento da existência. O antídoto oferecido por Francisco é uma saudável "inquietação" que nos faz permanecer "abertos às surpresas de Deus".
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